28/08/2024 às 22h09min - Atualizada em 28/08/2024 às 22h09min

Dados de 2023 mostram que desnutrição cresceu entre crianças indígenas enquanto educação para negros permanece precária

Mesmo sob Lula, eleito com uma ampla agenda progressista, Observatório das Desigualdades aponta distância permanente entre vários grupos sociais.

Da Redação
Conexão Política

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

BRASIL - A nova edição do Observatório das Desigualdades, lançada na terça-feira (27) pelo movimento Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, que reúne mais de 200 entidades, mostra dados que apontam para o cenário de desnutrição infantil entre crianças indígenas e a estagnação da escolarização entre crianças e jovens negros no Brasil. 

O levantamento mostra as disparidades em áreas como renda, educação, acesso a transporte, violência urbana e mudanças climáticas, mostrando como diversos grupos étnicos e de gênero vivem realidades muito diferentes. Entre 2022 e 2023, é dito que a desnutrição aumentou 16,1% entre meninos indígenas até 5 anos e 11,1% entre meninas da mesma faixa etária, enquanto a taxa de escolarização no ensino superior entre homens negros permaneceu em cerca de metade da registrada entre brancos.

Apesar de tímidas melhorias, como o aumento na frequência de crianças de 0 a 3 anos em creches, as desigualdades persistem. A menor taxa de crescimento na cobertura foi observada entre meninas negras, com um aumento de apenas 2,4%. Na educação, enquanto a taxa de escolarização no ensino médio é de 66% para alunos negros, entre brancos chega a 75%. No ensino superior, a taxa de escolarização entre homens negros é de 12,6%, comparada a 24,5% entre brancos.

O relatório também aponta uma diminuição na extrema pobreza no Brasil, de 2,8% para 1,7%, mas frisa que a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres permaneceu inalterada. Em 2023, o 1% mais rico do país tinha um rendimento médio mensal per capita 31,2 vezes maior que os 50% mais pobres, um aumento em relação ao ano anterior.

Em todo o país, a taxa de escolarização no ensino médio retrata uma disparidade significativa: apenas 66% dos alunos negros estão matriculados, em comparação com 75% dos alunos não negros (brancos, amarelos e indígenas, conforme a classificação do IBGE). No ensino superior, essa desigualdade se acentua.

Entre os homens negros, apenas 12,6% estão matriculados em universidades, o que representa metade da proporção observada entre os homens brancos (24,5%). A diferença é igualmente entre as mulheres: enquanto 17% das mulheres negras frequentam o ensino superior, quase 32% das mulheres brancas estão na universidade.

Mesmo sob o governo de Lula, eleito com uma agenda amplamente progressista e voltada para a redução das desigualdades, a realidade social do Brasil segue sem apresentar números satisfatórios em sua totalidade. As disparidades em áreas essenciais como educação, saúde e acesso a oportunidades continuam altas, mostra o observatório. A análise sustenta que, mesmo com políticas inclusivas, a superação dessas desigualdades exige um comprometimento contínuo e medidas mais profundas para alterar estruturas históricas de exclusão.

 


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