15/05/2023 às 19h57min - Atualizada em 15/05/2023 às 19h57min

No Amazonas: ministra Sônia Guajajara manda indígena apurar denúncia de ameaça e conflito entre mineradora de potássio e os Mura | Portal É Fato Notícia

Para representante da ministra, o exemplo da exploração nas terras Yanomâmi em Roraima não pode continuar nos outros territórios indígenas

Da Redação
koiote.com.br

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AMAZONAS - A ministra Sônia Guajajara, do Ministério dos Povos Indígenas, determinou que Jecinaldo Sateré Cabral, da Coordenação Geral dos Direitos Sociais Indígenas do Departamento de Promoção da Política Indigenista, verifique in loco as denúncias de um foco de conflito entre pessoas ligadas à Empresa Potássio do Brasil, exploradora do minério e representante do povo indígena Mura, no município de Autazes. 

A cidade fica há 112.45 km de distância de Manaus, capital do Amazonas. 

Desde o mês de abril de 2023, os tuxauas e líderes indígenas relataram na imprensa nacional e ao Ministério Público Federal, que estão recebendo ameaça de morte, intimidação e pressão pela questão da exploração do potássio. 

O vice-tuxaua da aldeia Soares, Vavá Izack Mura, 36 anos, foi um dos ameaçados, que formalizou a denuncia. 

Nesse sentido, Jecinaldo Sateré participará do “ VI Encontro do Povo Mura de Autazes e Careiro da Várzea”, organizado pelo Conselho do Povo Mura da cidade de Autazes, reunião marcada para os dias 17, 18 e 19 de maio, na Aldeia Mura Tucumã, município do Careiro da Várzea.

Dessa maneira, o encontro reunirá povos indígenas da Calha do Rio Madeira. 

“Vamos ouvir e ver essa situação da realidade do Povo Mura. Apurar essas ameaças que foram denunciadas pelas próprias lideranças. É um tema que não é fácil. É complexo, mas tem de salvaguarda o direito das populações indígenas conforme a legislação. Também estamos abertos ao diálogo na questão econômica. Mas não a população indígena apenas sendo usada, como ao longo dos anos, os garimpos que estão ai no Brasil”, disse Jecinaldo, citando, como exemplo o povo Yanomâmi de Roraima. 

E acrescentou: 

“Nos não queremos que seja o exemplo Yanomâmi, o exemplo Yanomâmi não pode continuar nos outros territórios indígenas, com relação a questão mineração. A terra Yanomâmi é um exemplo muito negativo de como não se deve proceder dessa forma. Vamos primeiro nos atualizar, mas acima de tudo buscar o diálogo. Esse é entendimento do governo do presidente Lula e da ministra Sônia Guajajara. Não existe duplicidade de dizer; Mineração em terra Yanomami não pode e na Terra Indígena de Autazes pode”. 

Segundo ele o foco de conflito relatado precisa de atenção e o Ministério dos Povos Indígenas atuará nessa mediação. 

“Levando em consideração que em Autazes temos um foco de conflito entre a Mineradora Potássio do Brasil e a população local Mura e uma orientação do presidente Lula e da Ministra Sônia Guajajara de salvaguardar o direito das populações indígenas. Com isso qualquer resquício de conflito nós temos de ser proativo, atuar principalmente pela prevenção de evitar danos ao direito das populações indígenas. O diálogo também está aberto para buscar um desenvolvimento sustentável para todos, e não para algumas pessoas. Existe um posicionamento, mas isso não impede de a gente ter dialogo para buscar essa questão da economia, de desenvolvimento, mas que esse desenvolvimento tenha inclusive indígenas como co-gestores dessa questão”, afirmou Jecinaldo. 

Além do MPF-AM, a Sejusc (Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Amazonas) será acionada sobre o tema do conflito.

 


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