FOTO: Reprodução/acritica.comMANAUS - A comunidade evangélica esteve concentrada na tarde deste sábado (10) na Praça Saudade, localizada na rua Simão Bolívar, bairro Centro, para sair pelas ruas e avenidas de Manaus para a realização da 29ª Marcha Para Jesus na cidade.
Na concentração, diferente da edição do ano passado, poucas pessoas aderiram à camisa verde amarela utilizada por grupos políticos de direita em eventos religiosos, e preferiram utilizar a blusa com o tema: ‘deixo-vos a paz, a minha paz voz dou’, extraído do evangelho de João.
O pastor Valdiberto Rocha, 55 anos, presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos do Amazonas (OMEA), questionado sobre o viés ideológico em outras edições do evento religioso avaliou que vivemos em um país democrático.
“A gente vive em um país democrático. Nós temos em Manaus quase meio milhão de evangélicos. Eles escolhem seus representantes, as vezes não ganha, e nós entendemos que ‘toda autoridade é constituída por Deus’, então, depois que determinada pessoa passa a ter que envolver questões políticas, é a vez da gente como igreja, orar pelas autoridades”, disse.
No dia 1º de junho o vereador Raiff Matos (DC) apresentou o Projeto de Lei (PL) nº 216/2023 à Câmara Municipal de Manaus (CMM) para tornar a leitura da Bíblia um “recurso paradidático” nas escolas da cidade. Sobre esse assunto Valdiberto, argumentou que ainda não viu o PL, mas “se for para o bem que seja”.
“Eu como não tenho todas essas informações pra fazer juízo de valor agora. Só sei que quando era menino, eu antes de entrar na sala de aula, rezávamos o pai nosso e cantávamos o hino nacional. Então, aquilo que for bom para mim, eu faço. A Bíblia é a nossa bússola. Se for bom, que tenha essa lei para ajudar as família e as crianças”, declarou o presidente.
Há 30 anos no ofício de pastor, Oberval Alves, que congrega na Igreja Missão Global da Fé, acredita, baseado na Bíblia, que a política é um território, e é preciso ocupar esses territórios de maneira estratégica, mas sem perder a essência cristã.
“A confusa está justamente aí: em pessoas despreparadas para assumir cargos importantes. Eu acho que é importante a igreja entender que somos agente de transformação. É preciso trazer paz. E a política precisa de paz. A função da igreja é levar a paz e não mais confusão”, ponderou o pastor.
Para o autônomo Ederson Santana, 24 anos, desde os 12 anos frequenta a ‘Marcha para Jesus’ e para esse ano a expectativa para o evento é alta. Ele avalia como algo positivo a mistura da política com seguimentos religiosos.
“É positivo. Grandes homens da Bíblia, até mesmo Jesus, eram políticos. Política e religião devem misturar principalmente para questões de controle. Se for da vontade de Deus, então, será”, disse.
O autônomo Júnior Simões, 29 anos, trouxe toda a família com a camisa verde e amarela. Ele disse que usar a blusa no evento tem apenas dois significados: ser brasileiro e adorar a Deus. “O mundo hoje precisa de muita paz do Espírito Santo. Todo ano eu acompanho e trago a família para se divertir. Eu tô achando ótimo até agora”, disse o autônomo.
A cantora gospel Aline Barros é a atração nacional do evento. Ela subirá ao palco montado no Sambódromo de Manaus, na avenida Pedro Teixeira, zona Oeste, às 20h para gravar o DVD de 30 anos de carreira. A expectativa é que 600 mil pessoas compareceram, segundo a organização do evento.
